No último levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Caixa Econômica Federal, foi observada uma desaceleração nos preços da construção civil em novembro, indicando uma variação de 0,08%. Esta cifra representa uma leve queda de 0,06% ponto percentual em relação ao mês anterior, quando registrou 0,14%.
Ao longo dos últimos 12 meses, a alta acumulada atingiu 2,36%, apresentando uma ligeira redução em comparação aos 2,44% registrados no período imediatamente anterior. O acumulado do ano, até novembro, ficou em 2,28%. Vale destacar que esses índices são os menores para o mês de novembro desde 2014, sinalizando uma menor elevação de custos no setor da construção ao longo de 2023.
Augusto Oliveira, gerente do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), ressalta que este cenário reflete uma tendência positiva para o setor, indicando uma menor pressão nos custos tanto da mão de obra quanto dos materiais em comparação aos desafios enfrentados durante a pandemia em 2020 e 2021.
O custo nacional da construção por metro quadrado, que encerrou outubro em R$ 1.716,30, teve uma ligeira elevação em novembro, alcançando R$ 1.717,71. Desse total, R$ 999,15 correspondem aos materiais e R$ 718,56 à mão de obra.
A variação na parcela dos materiais foi de -0,08%, representando um pequeno aumento em relação à estabilidade observada no mês anterior (0,02%) e a novembro de 2022 (0,01%). Oliveira destaca que os materiais apresentaram flutuações ao longo de 2023, com deflação em cinco meses, incluindo maio, junho, agosto e setembro.
Quanto à mão de obra, novembro não registrou impacto de dissídios coletivos. Rondônia se destacou com a maior variação na parcela de mão de obra, atingindo 1,43%, a mais alta entre os estados, embora Oliveira ressalte que essa variação não se originou de ganhos salariais resultantes de dissídios coletivos.
No que diz respeito às variações regionais, o Maranhão liderou em novembro, com uma alta de 0,73%, impulsionada pelo aumento na parcela dos materiais. A Região Norte manteve a liderança, pelo terceiro mês consecutivo, com uma variação de 0,18% na parcela dos materiais em cinco dos seus sete estados. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 0,14% (Nordeste), 0,06% (Sudeste), 0,13% (Sul) e -0,17% (Centro-Oeste).
O Sinapi, fundamental na programação de investimentos, fornece séries mensais de custos e índices para o setor habitacional, sendo uma ferramenta essencial na elaboração, análise e avaliação de orçamentos no âmbito público. Os dados completos do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil podem ser consultados no Sidra. A próxima divulgação, referente ao mês de dezembro, está prevista para o dia 11 de janeiro de 2024.
FONTE: IBGE
Silvano Saldanha – JN LIBERTTI